Nesta semana a nossa vida andou para trás.
Oficialmente, fechámos a época do engravidanço. Não pode ser. Sonho adiado, por quanto tempo... não sabemos.
Porquê? Porque de repente ficámos sem qualquer meio de subsistência que não a caridade dos nossos pais.
Sempre defendi o meu país, sempre disse que não tinha capacidade para sair daqui e me aventurar, e a verdade é que era aqui que queria viver e criar os meus filhos e envelhecer. Mas o meu país não tem nada para nós. Sabe Deus a quantidade de empregos a que o F. concorreu, as entrevistas a que foi, as noites que dormiu com esperança e as noites em que a esperança se esmorceu por completo. Aqui a única coisa que interessa é as cunhas que cada um tem e nós não temos nenhumas. Interessa é ser filho do motorista do Paulo Pedroso e assim apossar-de de um cargo para o qual não tem perfil nem qualificações adequadas. Ou então andar a lamber as botas do filho do motorista do Paulo Pedroso para que ele nos dê mais trabalho, o mesmo trabalho que sempre desempenhámos com competência e zelo, e para o qual passamos recibos verdes e assim perder os poucos benefícios sociais que o estado oferece em situação de desemprego (sim, expliquem-me porque é que uma pessoa paga um balúrdio de segurança social e não tem qualquer protecção social quando o trabalho escasseia ou desaparece?)
Portanto vamos sair do país. Começar de novo. Começar do zero. Com lágrimas, mas de cabeça erguida.
Doi-me na alma pensar que tudo o que consegui aqui, vai cá ficar. Os meus objectos, a minha casa, as minhas pequenas conquistas.
Estou na escola e vou tentar levar o ano lectivo até ao fim, mas não sei se terei força para isso. E depois questiono-me: para quê?
Se o meu curso está em fase de conclusão, se for embora apenas com o segundo ano, mesmo que volte daqui a dois ou três anos... não poderei retomar e terminar o curso porque entretanto...acabou. Mais uma pérola do nosso estado que não salvaguarda minimamente a posição dos estudantes na fase de implementação do conhecido "bolonha"...
Portanto desejo muita sorte às que estão a tentar engravidar. E peço-lhes que me desejem sorte também. Pode ser que daqui a um ano ou dois voltemos aos treinos...
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