Tenho um blogue onde os posts são sobre coisas que gosto. Mas hoje vou aproveitar esta casota para exorcizar os males que me vão na alma.
Ora acontece que regressei à escola. A juntar ao "desgosto" de ter de me separar do meu bébé, volto à faculdade que começa a representar todos os meus odiozinhos de estimação. Pergunto-me porque raio me meti neste curso. Pronto, está bem, eu vejo-me a trabalhar naquela área. O que não consigo conceber é a ideologia que reina naquelas cabeças, sejam alunos ou professores.
Detesto mariquices e lamechisses e aquela gente é perita nisso: adoram tipos de letra adornados, cores nos títulos e subtítulos, borboletas nos cantos (preferencialmente sacadas dos clipart do Office). Adoram construir 'materiais didácticos' que na maioria das vezes têm uma aparência a rondar o grotesco e, sobretudo, adoram justificar todas as escolhas para esses materiais com orações que percebemos terem sido inventadas depois do dito material estar pronto. Passam a vida a mandar-nos fazer trabalhos do género, sem jeitinho nenhum e dos quais pouco ou nada de proveitoso consigo retirar.
Além disso ando danada com os conteúdos programáticos de algumas disciplinas. Hoje tive aula de Saúde Infantil e não deixo de me interrogar: para que raio servem os médicos pediatras? Porque raio tenho eu de saber todos os tipos de doenças oculares, porque acontecem, como se detectam, como se tratam e ainda os nomes das partezinhas todas do olho duma ponta à outra? Bolas! Eu não vou tratar os olhos das criancinhas! Está bem! Concordo que a disciplina é importante, mas acho que se puxassem pela cabecinha, de certeza que arranjavam conteúdos mais relevantes para o nosso contexto.
Ainda há a estupidez das regras para os chamados "cursos antigos" (que é o mesmo que dizer, os cursos normais, não aquela treta do Bolonha em que ninguém sabe muitobem às quantas anda): dizem-me que excedi o limite de faltas antes do estatuto de mãe-estudante ter entrado em vigor. Pergunto eu: mas a disciplina não é anual? Não é no final do ano que contabilizam as faltas? E se eu entretanto fico com isenção de faltas como é que me reprovam por faltas numa altura em que já não contam? (Esqueci-me foi de perguntar se queriam que ficasse na escola até entrar em trabalho de parto).
Proponho-me a exame: ah e tal... não pode! Tem de ter nota mínima para ir a exame, que é 8. Mas quem é que chumba com 8? Ninguém tem 8! Ou chumba com uma redonda nega, ou passa com 10... e para que raio servem os exames se não para os alunos poderem demonstrar que afinal até sabem a matéria? E que sentido faz proibirem-me este ano de fazer o exame porque não tenho nota mínima e deixarem-me fazê-lo no próximo ano com nota zero só porque o curso acabou e a disciplina já não vai ser oferecida?
A lógica destas cabecinhas confunde-me e faz-me pensar que eu é que não bato bem...
Hoje o quarto do parasita residente levou uma boa arrumação. Passaram-se roupinhas minúsculas a ferro (obrigada avó Francisca) que se amontoavam em equilíbrio precário em cima do berço.
Aqui a mãe não é nada prendada nessas questões da engomadoria (mesmo assim passou as duas dúzias de fraldas de pano que o petiz já tem) mas, modéstia à parte, é a raínha da organização de espaços (quando a isso se dispõe- o que, convenhamos, é raríssimo).
Olha miúdo, agora já tens a cómoda cheia, com tudo lavadinho e passadinho a ferro, um carregamento de toalhetes humedecidos, várias cassetes para o contentor de fraldas sujas, um varão do roupeiro cheio de roupas maricas e mantas engraçadas (que hão-de servir para te fazer a caminha), um cesto cheio de brinquedos de recém nascido (mesmo que não saibas para que servem, a mãe garante-te que depressa irás descobrir como é giro irritar os adultos com os sons patéticos que aquilo faz) e as mudas da maternidade devidamente separadas e colocadas em saquinhos individuais, como mandou a enfermeira Generala (não te preocupes amor, que ela tem a voz grossa e mandona mas é um coração de manteiga e um amor de pessoa).
O pesadelo é que:
-Falta acabar de pintar a bonecada da parede (eu sei, já devia estar mais que pronto, mas quando fico parada em pé começo a desfalecer);
-Falta passar a ferro e pendurar os cortinados;
-Falta dar destino a uma série de livros infanto-juvenis que estão a ocupar espaço na estante e que não vão fazer falta nos próximos 3 a 4 anos);
-Falta arrumar devidamente as pequenas coisas que ainda andam por ali fora do sítio;
Por vezes penso que o puto há-de nascer e o quarto ainda não estará em condições...
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