Este fim de semana fiquei apreensiva ao reflectir sobre os 3 toques. E ficou a ecoar aqui dentro um medo enorme de que na altura certa me torne uma incompetente nada cooperante e que ao invés de fazer força, me retraia de modo a evitar a minha dor física.
Todos tentam tranquilizar-me e dizem: não vais sentir! Estás anestesiada!
Mas eu não sei... tudo isto é novidade!
Desculpa filho :( Desculpa por teres uma mãe tão maricas :(
Não estava preparada. Tentei adiar ao máximo, esticando os minutos, o envio da mensagem para o médico, a lembrá-lo de ver as análises no sistema informático.
Enquanto permaneci no prato do duche, encarreguei o F de vigiar o telefone. Aproveitei cada minuto do banho e interroguei-me se seria o último com ele, dentro de mim e só para mim. E pensei "não estou preparada". E disse-lhe baixinho "ainda és só meu".
O médico responde: "Análises normais. Encontramo-nos quinta como combinado"
Que alívio. E que felicidade.
Agora que estou prestes a perder esta condição, começo a temer a sensação de não o ter aqui debaixo da minha protecção e de não conseguir deixá-lo crescer em liberdade, tamanha é a ânsia de que nunca sofra, que nunca passe por coisas ruins, que nunca lhe falte nada.
E contudo, racionalmente sei que só o amor basta.
Podem imaginar pior que acordar de manhã, antes de uma consulta de obstetrícia, e constatarem que não têm uma pinga de água nem na torneira nem em qualquer lugar da casa excepto no depósito da máquina de café? Não? Então imaginem que não acordaram porque pura e simplesmente nem chegaram a adormecer...
Foi assim que começou o meu dia. Pus o F fora de casa, a caminho do PIngo Doce, para comprar dois garrafões de água que me iriam salvar da humilhação total: ser observada sem quaisquer vestígios de higiene matinal. Toca de colocar a chaleira ao lume e encher bidé e lavatório para um "banho" digno de um gato.
Um tempo nojento, uma dor de cabeça a começar (nos últimos dias tem sido uma visita diária) e algum trânsito depois, eis que chegamos ao hospital.
Consulta na enfermeira, medidas da barrigona, batimento cardíaco fetal, peso, rastreio de infecções urinárias, tudo ok. Mede-se a tensão, não agrada... e porque não continuar a medir até obter valores aceitáveis? (é algo que fazem por sistema e que ultrapassa a minha compreensão).
Levámos um ralhete porque eu tinha marcado um ctg e não chegámos uma hora antes da consulta (teríamos chegado se nos tivessem avisado disso, mas mais uma vez o excelente serviço administrativo do hospital a mostrar-se no seu melhor...).
Aproveitando que um tal Dr. F. resolveu "meter uma cunha" e enfiar uma paciente dele no gabinete do meu médico na MINHA hora de consulta (assim mesmo à descarada), lá fomos para o ctg. Pronto, admito, não reclamei e só me consegui rir, mas porque a mim me convinha (embora não admita qualquer culpa no cartório), porque senão lá tinha de, mais uma vez, demonstrar o meu mau feitio.
Depois da valente seca que é ter a barrigona ligada àquelas coisas, de estar mais de meia hora a ouvir o coração do meu filho a galope e de constatarem que tenho imensas contracções (que nem eu notei na grande maioria das vezes), descemos, enfim, para a esperada consulta.
O médico é o fixe de sempre. Viu o ctg, mencionou as contracções sem grande interesse (parece que isoladamente não interessa muito se as temos ou não), perguntou-me como andava, se tinha dores nas contracções, se tinha saído o rolhão, se sentia bastante o bébé e tentou aceder às minhas análises sem qualquer resultado. Ligou para o laboratório onde lhe garantiram que em 10 minutos estariam disponíveis.
Passámos então à cadeira dos horrores, desta vez ainda sem horror, dado que só espreitou o bebeca cá do lado de fora: assim que apareceu no ecrã, o petiz deitou a língua de fora para grande deleite do papá. Eu, que carrego aqui com ele, já só vi a boca aberta e os movimentos de sucção (deixa.. depois acertamos contas).
O dr. diz que está tudo ok, placenta anterior, líquido perfeito, cordão espiralado (parece que é bom porque corre menos riscos de entrar em sofrimento fetal), que aparentemente o nosso bébé é óptimo.
Voltamos então à secretária para ver se já há acesso às análises. Há. É surpreendente (o F já se estava a preparar para ir ao 1º piso levantá-las pessoalmente).
Tava tudo ok (incluindo os exsudados horrorosos), havendo apenas lá uns asteriscos que isoladamente não significam nada, mas associados à hipertensão podem estar ligados a uma pré-eclâmpsia.
Fica-nos a dúvida se o nossp Oregon está, ou não, bem calibrado. O médico acha que não, eu acho que sim porque eu meço e está alta, o F mede e está óptima. E até ao Natal a minha também estava óptima, começando por essa altura a descambar.
NÃO ENTENDEM O MEU PÂNICO?
Toda a minha família materna é hipertensa e estou farta de ver o número da prole a diminuir devido a AVC's. Não me interessa se enfermeiras e médicos desvalorizam a situação, tenho mesmo medo e pronto!
O dr. diz que se de facto eu tiver hipertensão se deve à gravidez e não a factores hereditários (porque surgiu apenas agora) e, pelo sim pelo não, vai lá fazer agora estas análises.
Segunda mando-lhe um lembrete via sms para que vá ver o resultado ao sistema (se conseguir, hehehe) para percebermos se existe proteinúria e pré-eclâmpsia. Se estiver tudo ok, 5ª feira há mais... se não a estratégia muda,
Laboratório aqui vamos nós, colheita feita e...
...esgotámos o plafond do capital seguro pela Multicare. Levámos com a totalidade da factura como presente de aniversário adiantado. Significa ainda que, até ao parto, tudo o que fizer ali será pago integralmente pela minha pessoa (melhor dizendo, pela minha família).
Mais uma vez sinto-me enganada pela seguradora, mas já estive a ver e vamos é aumentar os capitais seguros (só que desta vez quero todas as condições por escrito), porque é muito fácil um bébé consumir-nos o plafond todo em menos de um ano, já para não falar de uma segunda gravidez (calma... é que temos também de estar atentos ao período de carência, certo?).
Por esta altura a minha dor de cabeça rondava níveis de levar qualquer um à insanidade e confesso, pelas 8 da noite vi-me mesmo obrigada a tomar algo que não era suposto.
O que vale é que, como diz o enfermeiro do ctg, nestas condições está aqui está cá fora!
Desculpem lá a seca, mas precisava de desabafar...
Hoje fomos tirar outra fotografia. Esta era importante.
Rastreio Negativo
Vimos uma data de coisas: polegar e restantes dedinhos, coluna vertebral, os dois hemisférios do cérebro, o coração a bater (isto também ouvimos)... sobretudo vimos que a criança anda à larga e dança que se farta.
Não vimos mas o médico viu que tem bexiga, estômago, osso do nariz, pés, costelas e mais uma data de coisas que não me lembro mas que são importantes.
Viemos felizes. Não deu para ver se tem pipi ou pilinha, mas não faz mal: trouxémos o mais importante- um rastreio negativo.
Oh p'ra ele aqui
Pois é... é isso que anda a rondar o meu espírito que está assolado com medos, inseguranças e outras coisas que me fazem tremer.
Estou cheia de medo de perder este parasitazinho tão desejado.
Confiemos tudo a Deus e à mãe Natureza (sim, com letra grande, que quando eu aprendi, Natureza era um nome próprio...).
Há dias (aqueles dias...) em que só me apetece chorar.
Estou no 21º dia do ciclo. Como já disse aqui há uns posts atrás, estou a fazer ciclos de 30 dias. Exactamente como era antes da pílula.
As menstruações... essas não estão como antes. São pouco abundantes e duram quase uma semana (ok, a duração é como era antes...). Umas pinguitas, um dia mais forte que os outros e novamente umas pinguitas.
Desde o 12º dia do ciclo que tenho umas dorezitas abdominais que foram migrando para o lado direito da barriga, estando agora muito acentuadas e só no lado direito. Já não é uma moínha, é uma dor real que às vezes me impede de fazer todos os movimentos que me apetece.
Esta dor está a dilacerar-me o espírito: ando ansiosa, enervada, mal-humorada e brusca.
Surgem agora os medos... mas que raio se passará aqui dentro? Se são dores normais de ovulação não deveriam já ter passado? E se não é isso e é alguma coisa chata? Uma apendicite, uma gravidez ectópica, um problema intestinal...
Fico sem saber se devo procurar HCG nas análises, ou valores de leucócitos aumentados, se uma temepratura mais elevada pode indicar uma gravidez ou uma infecção, ou pior, uma gravidez fora do sítio cujos sintomas se têm mas que se sabe que não vai dar em nada a não ser sofrimento...
Se eu fosse mulher de roer as unhas, acho que já não tinha dedos.
Dou até amanhã para me sentir melhor, se não... lá vou eu a caminho da urgência...
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