Os miúdos são piores que o Houdini, com os truques. E ontem este miudo resolveu lançar-se em queda livre, sem pára-quedas, do sofá para o chão. De cabeça!
Perguntem-me como que eu respondo: não sei. Foi mesmo à ilusionista porque ele estava sentado ao meu lado, eu pestanejei e quando reabri os olhos foi para o ver no chão. Bom, ainda vi a aterragem, o que me fez ficar histérica, pois a primeira parte a bater no chão foi a zona imediatamente posterior à fontanela.
O F estava num evento social: a reunião do condomínio. Telefono-lhe aos gritos, e menos de meio minuto depois estava a entrar em casa, tão ou mais histérico que eu.
Nisto, e depois de meio minuto a chorar desalmadamente, adormece. Mais assustada fico. Ligamos ao Nuneca, nada. Ligamos outra vez, nada. Ligamos ao anteriormente denominado "dói-dói-trim-trim", 12 minutos de espera até atenderem. Segue-se os procedimentos de rotina e o telemóvel toca do outro lado, o Nuneca para ouvir esta mãe desatar a chorar e a dizer "o meu filho caíu do sofá".
Para que conste, tudo o que nos disseram no serviço "Saúde 24" foi contrariado pelo nosso médico que tentou acalmar-me, sem sucesso, e me disse que em todo o caso ele teria de ser observado num hospital onde há radiografias, tac, e todos os meios complementares de diagnóstico que façam falta. E eu agradeci, porque não queria ir por iniciativa própria, mas não me saía da cabeça a história que na escola, sempre nos fazem questão de relembrar: a menina que caíu e bateu com a cabeça, e que sem apresentar qualquer sintoma de consequências da queda levou a Educadora a pensar que se tratava apenas de uma vulgar queda. Por acaso o pai da menina era médico. E por infeliz "acaso", a menina "ficou-se" durante a noite, desfecho que poderia ter sido evitado se tivessem feito uma simples radiografia. Por isso lá fomos a caminho dos Lusíadas e quando chegámos já estavam à espera dele: primeiro exame com bons resultados, radiografia com resultados não tão bons.
Quando os médicos nos levam para outra sala nunca é bom sinal. Vão entrar em detalhes o que significa que há problemas. Então explicou-nos que o exame mostrava uma pequena fractura consistente com a zona de embate. Que à partida estava tudo ok e consolidaria sozinho, mas para despiste de hemorragia precisava de uma tac. Estavam à espera que ele fizesse a digestão para ser anestesiado.
Lá a convenci de que ele faria boa figura mesmo sem anestesia porque estava prestes a adormecer. E assim adiantámos um pouco e poupámos o seu jovem organismo a uma chatice de uma anestesia.
E portou lindamente. Mas garanto que tudo me passou pela cabeça no minuto e meio que ficámos os dois, sozinhos, debaixo da máquina a receber as malditas radiações.
Seguiu-se um periodo de espera pelo resultado que teria de ser elaborado por um neurorradiologista e que felizmente, foi melhor ainda do que esperávamos: além de não haver hemorragia, não havia confirmação da fractura.
Pronto, miminhos e mais miminhos foi a receita prescrita e, claro está, o nosso pequeno lorde dormiu que nem um anjo no meio de nós os dois.
Mensagem do Nuneca hoje, após lhe comunicar o desfecho da noite: "Eu ja sabia porque tinha falado com a Dra S. Foi oficialmente o vosso primeiro grande susto! As melhoras"
Hoje foi dia de ir conhecer as urgências de obstetrícia dos Lusíadas. Pronto, ainda que não pelo melhor motivo, fiquei bem impressionada.
Tudo porque o meu filho resolveu que quer vir ver isto aqui do lado de fora.
-Então não querias mais nada???
Resultado: estou de castigo (eu e o pai), não posso ir à escola e ainda tenho de tomar uns pózinhos três vezes por dia para parar as contracções.
Pronto... lá tirámos uma "polaroid" a sua excelência a fazer o pino.
-Ah Eduardo... vamos ter muito que conversar... ai vamos, vamos!
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